segunda-feira, janeiro 31, 2011

NADA EXISTE I E II


por Catharina Monteiro, quinta, 27 de janeiro de 2011 às 02:25

Não posso confessar

Não existe nada...

Nada existe para confessar.

Confessar a interioridade. Como? Não existe

Confusão posso pensar nela. Como? Não existe

Posso chorar. Como? Se não sei dominar a vontade

Que tenho de sorrir. Então, sorrio!

A existência existe? Sim – Mas não sei da onde começou!

Então não existe.

Explicação é coisa absurda, não me convence.

E a confusão persiste – Caminhar sem organizar me faz medo.

Então não existe.

O ser interior me confunde..

Não consegui organizar a minha insegurança.

Morrer me atrofia o corpo.

Não existe a morte?

Quero crer nisso.

Não posso imaginar meu corpo explodindo na terra rota!!

Os insetos não admito!

Então não existe! Meu corpo some.

Meu espírito perpetua no espaço.

É à hora da transformação.

Nasce um outro corpo, e vou nas entranhas penetrar!Será?

Aí confesso: Nada existe que não se transforme perante o liame vida – morte.

Nada existe – existe eu – vários eus existem,

Para a angústia formar.

Não vou começar porque não sei: talvez o motivo seja o desencontro do meu

Corpo com a minha mente?

Não sei dominar os meus dois seres.

Não me sinto como um eu.

Me sinto sempre, como um tu.

Por isso, nada existe a não ser você!

Que ama o nada existe como eu

Que perdoa a minha diferença.

II

Liame - Vida e Morte

Morte existe ( mais uma vez não sei explicar ) -

Então não existe!

para a amargura penetrar - dói - dói muito.

Não sei se a alma no além vive - para mim fica tudo aqui em constante ebulição de adubação!

Sem Celeumas e indagações.

Meus olhos tristes e paradas ficam a meditar!

Falam muito em um reino melhor que a terra! Será?

Não sei - então não existe.

Quero o conforto dos meus ais na ora que começar e tudo acabar.

São tantas dissonâncias que me pego a soluçar!

Começa aqui. E o fim é no nada existe?

No simulador do tempo tem um relógio emprestado do nada existe!

A verdade é um postigo e que ninguém vem falar.

Ela nos ensina a esquecer para nunca mais lembrar e nem divagar!

A vida é como as águas que continuamente vão...

A morte é seu ponto de gratidão.

Morte e vida é paralelo de nós mesmos.

A morte tem só uma demora de passagem.

Meu coração é inerte e infecundo - sou um sonho que ficou triste.

Alegria é a vida o resto nada existe, é travessia!

CATHARINA MONTEIRO (Poema feito em 1982)

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